sábado, junho 19, 2021

Meus devaneios...

 Sábado, 18 de junho de 2021.

Sempre quis escrever mas, sempre achei que o começo deveria ser perfeito e pensando assim, nunca consegui começar. Então, vou começar escrevendo assim, como quem não quer nada, apenas como quem quer esvaziar um coração apertado...  

Aqui, neste meu espaço, só meu, vou me dar voz... Engraçado, é que apesar de dois filhos, um marido, três gatos, ela é a única que nunca me abandona. A solidão, esta sim, está sempre presente em minha vida. Desde que me entendo por gente, ela está ali, firme e forte ao meu lado. Algumas vezes ela é realmente minha companheira, gosto de tê-la comigo. Outras vezes, como agora, gostaria de me livrar dela definitivamente!

Que vontade de viver! As horas passam, os dias se vão e muitos anos da minha vida se foram numa velocidade assustadora. E o que me assusta é que eles continuam indo, escorrendo pelas minha mãos e não consigo pará-los. Às vezes é desesperador...

Sinto-me presa, acorrentada , num cárcere do qual não consigo fugir. Me olho no espelho e sinto vergonha de mim. Gostaria de bater no meu peito e dizer a mim mesma "Quanto orgulho de você, menina!" mas não consigo. Estou a tanto anos nesse cativeiro que a liberdade chega a me assustar. Mas há momentos que a desejo com toda força do meu coração. Já foi bem pior, confesso mas, ainda sim, continua sendo uma sensação muito forte, um cárcere realmente.

Amo meus filhos, eles ajudam a preencher esse vazio que insiste em não fechar dentro de mim. Tento me dedicar a eles o máximo possível pra não ter que olhar para minha própria vida. Uma vida cheia de frustrações, decepções e fracassos pessoais. Sinto que nadei, nadei e morri na praia... Sempre tive a sensação de viver numa eterna luta entre tentar emergir enquanto que a vida,  se esforça na tentativa de me afogar.

No fundo, e eu sei que não é tão fundo assim, sei que a chave desse cárcere está logo ali, dependendo de um pouco mais de força para alcançá-la. Aos 45 anos, não posso mais culpar ninguém pelas minhas frustrações afinal, tudo agora é uma questão de decisão.

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Palavra puxa palavra, uma ideia traz outra, e assim se faz um livro, um governo, ou uma revolução, alguns dizem que assim é que a natureza compôs as suas espécies.

Machado Assis