A sonhada
liberdade humana qualifica-se como uma conquista e não uma doação. É uma
atitude que exige uma busca permanente. Busca permanente que só existe no ato
responsável de quem a faz. Se a liberdade vem do próprio homem, e a educação é
o caminho para alcançá-la, então ninguém tem liberdade para ser livre. Pelo
contrário, devemos acreditar e buscar na conscientização o valor supremo de
nossa existência. Porém, só atinge este grau de amadurecimento, quem possui uma
consciência justa de cada ser humano. E para isso, mais uma vez, precisamos de
uma educação que nos abra o caminho e nos mostre novos horizontes. Afirmamos
que a educação é co-participante e co-responsável pelos rumos tomados pela
humanidade. Ela é quem age sobre o homem fazendo com que o mesmo reflita sobre
si e sobre seu papel cultural, enfim, sobre o meio em que vive. A educação pode
ser definida como o processo em que o homem chega a ser homem. A finalidade da
educação é desenvolver, em cada indivíduo, toda a perfeição de que ele seja
capaz. Isso significa, deixar transparecer todo vigor enquanto ser perfeito que
é. É evidente a grande e importante participação da educação no campo formativo
do homem. Quando falamos em formação do homem, entendemo-na principalmente no
sentido de restabelecer seus valores, fazendo com que o mesmo possa
conscientizar-se de que a liberdade é uma questão de essência, e não é domínio
de alguns apenas. Todo homem em sua essência é um ser livre. Assim, a educação
deve servir de instrumento para o homem ser capaz de agir sobre o mundo e ao
mesmo tempo ter clareza da ação exercida, para que tendo sido influenciado em
sua natureza, não venha sofrer ele mesmo, qualquer conseqüência ou prejuízo. A
educação e a liberdade são inseparáveis. Por um lado, porque a liberdade não é nenhuma
coisa que é dada, mas uma conquista do homem ao longo de seu amadurecimento, de
modo que ele vai descobrindo a liberdade como pertencente a seu ser. Por outro
lado, a educação só é importante quando está voltada para liberdade do ser
humano. Caso contrário, está não poderia ser considerada como educação, visto
que sua prática seria de adestramento ou doutrinação. Deste modo, não deveria
ser classificada como educação, ou como processo formativo do homem. Afinal,
educar não é dirigir alguém para um determinado ponto, mas dar condições para
que este alguém encontre e faça seu próprio caminho. Educar para a liberdade
consiste em que cada um tenha a possibilidade de ver em cada homem não sua
limitação, mas a realização da sua liberdade. A educação não pode ser separada
da vida, nem é preparação para a vida, mas é a vida mesma. Assim, educar não é
dirigir alguém para um determinado ponto que se escolheu, mas dar condições
para que o outro se encontre e trilhe seu caminho. Aqui habita a grandeza da
educação. Se o homem é realmente livre, nada deve impedi-lo de errar, assim
como não podemos dar um limite final para a educação. O seu fim se dará no
processo em que o homem chega a ser homem. Isto é, desenvolvendo em cada
indivíduo aquilo que ele já é em potencial. A liberdade é necessária, gratuita
e inocente. Necessária porque podemos escolher tudo, salvo o não escolher. Com
efeito: "somos condenados a ser livres". Gratuita, porque não se
dirige a valores preexistentes, mas cria os valores escolhendo-os. E finalmente,
inocente, pois é escolhida livremente. Aqui está afixado o espírito da
educação, o educar é seu dever e a liberdade é sua meta e objetivo.
Fonte:
http://pt.shvoong.com/humanities/1632430-liberdade-uma-conquista-da-educa%C3%A7%C3%A3o/
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Palavra puxa palavra, uma ideia traz outra, e assim se faz um livro, um governo, ou uma revolução, alguns dizem que assim é que a natureza compôs as suas espécies.
Machado Assis